terça-feira, 14 de julho de 2009

Entrevista com Nunca Inverno


Nunca Inverno é uma banda de blumenau e tocou hà alguns meses em BH na casa do Carlão (Hold Your Breath) junto com o Hold Your Breath e Ballet. Troquei contato com os caras no show e combinei de fazer essa entrevista.
A entrevista foi respondida via MSN pelos caras da banda por intermédio do Luís (vocal) e está disponível tb no myspace deles (http://www.myspace.com/nuncainverno).
Ela será uma das entrevistas que vou publicar no NO PASSINGA PHASE fanzine que quanto antes quero imprimir e distribuir.

Abraços
-XXX-


01. Como os integrantes da banda se conheceram? E como surgiu a proposta de montar uma banda que mesclasse influências clássicas do hardcore, com elementos novos? Fale um pouco das influências da banda e sobre sua origem.

Xao: Nós todos éramos amigos/conhecidos de longa data. Na real a banda começou com o Denti e o Luis. Pra falar a verdade mesmo, se hoje a gente tá tocando, é tudo culpa da insistência do Denti. O começo da banda foi bem difícil. Eu ainda não tocava, mas acompanhava de perto, pois era amigo de todos eles e tava sempre presente. Pra arrumar baixista e baterista foi difícil, pra ensaiar era quase impossível. A formação inicial era bem diferente do que é hoje: Luis (vocal), Denti (guitarra), Dudu Bola (baixo) e o Topeira (bateria).

Logo de cara a banda já gravou uma demo com 3 sons, de gravação bem simples. E eu tava sempre lá. Fui na gravação, no primeiro show (bem vazio, por sinal... eu em pé na frente da banda e o joão encostado na parede olhando.. hehe) e em pouco tempo os caras decidiram que faltava alguma coisa e eu entrei na guitarra. Essa formação funcionou por um bom tempo. Assim a gente gravou o Full (que saiu pela rosa negra e oxenti) e tocou por aí.

Aí nesse meio tempo aconteceram várias coisas.. O Topeira resolveu seguir o rumo dele e desencanou de tocar. No lugar dele entrou o Alex (Parachamas), que fez uns shows com a gente e logo saiu também. Foi quando bateu o desespero (achar baterista em Blumenau é pior do que se imagina) e eu acabei assumindo as baquetas, mesmo sem saber tocar quase nada. Nisso o João assumiu a guitarra no meu lugar. Foi uma das coisas mais legais que aconteceu com a gente. Tudo fluia muito naturalmente. Éramos todos amigos íntimos, e as viagens se tornaram cada vez mais divertidas.

Ano passado o Dudu também perdeu o tesão de tocar e resolveu sair da banda. A coisa boa foi que pelo menos a gente não perdeu contato com ele como foi com o Topeira. O cara tá sempre aí, vai ser pai mês que vem, continua andando de skate. Aquela coisa toda. Pro lugar dele entrou o Dudu negão (condictio), que fez uma das coisas mais animais que eu já vi (saiu de sp e foi pro sul basicamente pra tocar com a gente). Aí a gente fez uma porrada de shows, fomos pro uruguai e argentina, gravamos um EP. É a formação da banda mais ativa e produtiva. Todo mundo faz alguma coisa pro bagulho andar.

Acho que o lance do som é uma parada que acontece naturalmente. No começo a gente ouvia muito Garage Fuzz, Rethink e H2O. Isso acabou refletindo bastante nos nossos sons. Depois começamos a ouvir mais Dag Nasty, Embrace, Three, Farside, Hot Water. Acho que isso tudo vai influenciando no som e deixando ele mais com a nossa cara. Não sei se houve alguma pretensão de mesclar elementos clássicos com coisas novas. Pra mim a gente traçou mais ou menos uma linha e a coisa foi fluindo.

Dudu: Quando entrei pra banda, ja tinha passado por ela o Topeira, alex e o Dudu, e desses três eu só conheci mesmo o Dudu, conheci o Nunca inverno fazendo show pra eles aqui em São Paulo, a partir disso criamos uma amizade bastante intensa que me fez criar um "gostar" diferente do meu "gostar" por qualquer outra banda, Nunca inverno era além de uma banda, era amigos que eu queria ter perto de mim sempre, mas infelizmente tinhamos uns 600km que nos separavam; Em agosto do ano passado, eu estava meio de saco cheio de São Paulo, vivia viajando pra qualquer lugar que me chamavam, e foi numa dessas viajens, na segunda verdurada de curitiba que fiquei sabendo que o Dudu tinha deixado o Nunca inverno, e Luis disse pra mim acho que brincando, não sei ao certo: "Se muda pra blumenau, vem tocar com a gente", voltei pra casa pensando nisso, pensei bastante até que decidi ir de vez, e todos da banda ficaram surpresos com essa idéia e também preocupados porque eu não tinha nada, mas, com muita ajuda de todos e vontade de estar lá com eles isso foi possivel, consegui lugar pra morar e um emprego pra me manter, tocar, viajar e andar de skate que é oque a gente mais gosta de fazer.

João: A banda já existia por uns 2 anos quando me chamaram pro esquema. Todos nós, menos o Luís, (e isso engloba todos os caras que passaram bela banda) somos remanescentes de uma cena "hardcore melódico" que existiu na nossa cidade. Isso durou alguns anos antes da banda começar mas foi diminuindo, até praticamente desaparecer, durante os 2 primeiros anos da Nunca Inverno. Eu não acho que isso seja uma coisa ruim. Apesar do estigma de que toda banda de hardcore melódico é burra, lá o esquema não era assim. As coisas não aconteciam calcadas no visual como já acontece e o que motivava as pessoas envolvidas a montar bandas e organizar shows era a amizade que os unia junto com a vontade de fazer as coisas de uma forma autônoma.

E a idéia no início era essa, montar uma banda com um som com o qual nos identificávamos (melódico e não burro) mas fazer com que isso fosse além, que nos trouxesse algo mais do que satisfação musical. A proposta era fazer um som na linha de Rethink/Garage Fuzz, mas com idéias e mensagem que falassem um pouco sobre as coisas que nos afetavam nessa passagem da adolescência pra vida adulta (competição no mercado de trabalho, consumo, dinheiro, velocidade, etc). Hoje quase tudo que a gente ouve influencia de alguma forma. Desde as bandas de Dischord dos anos 80 e 90, Husker Du, Farside, Soulside, Tree, passando por Hot Water Music e Million Dead, que são coisas mais novas e também bastante Dag Nasty. Tem muito som...

Denti: A banda teve início com o Luis e Eu. Assim, acredito que posso falar de muitos momentos do Nunca Inverno, porém acho interessante contar sobre como tudo começou e alguns anseios que nós tínhamos. Eu vinha de uma banda melódica que havia terminado e assim fiquei um ano e meio sem tocar. Nesse tempo eu passava por uma fase de conflitos interno. Acho que isso sempre foi constante em mim, porém naquela época era mais forte, eu precisa de respostas, não gostava da idéia de como todos nós precisávamos levar a vida fazendo coisas que não gostamos etc. Diante disso, eu conversava bastante com o Luis, pois pra mim era uma pessoa que se importava com esse assunto. E ainda se importa, é claro. Mas nós dois éramos muito diferentes. Ele já era envolvido questões políticas, veganismo, sxe. E eu um muleque com 5 anos a menos que ele, com muitas dúvidas e com vontade de fazer uma banda mais forte nas idéias e não somente belos riffs de guitarras. Nós dois gostávamos de bandas positivas, h20, os primeiros discos do Street Bulldogs, entre outras. Assim chegamos a um senso comum. Montar uma banda melódica com sing alongs, que pudéssemos passar nossas idéias e que o formato não precisava se limitar a música. Com isso no início chegamos a fazer dois zines com o título “Nunca Inverno” que foram distribuídos com as cópias da demo.

O que eu acho mais interessante depois de ter passado esses anos até aqui, é que nós nunca nos preocupamos com as diferenças de idade, ideológicas e etc. Fizemos uma coisa que está voltada para nós mesmos, nunca chegamos pensar em agradar pessoas ou fazer músicas destinadas a um público alvo. Diferente do mercado, só queríamos dividir um sentimento e tentar construir algo novo começando dentro da banda para somente depois exteriorizar. Estávamos voltados a uma realidade regional e às vezes, restritas a nós mesmo. Então hoje quando paro pra pensar sobre as muitas vezes que saímos do Sul para tocar em um local aonde não conhecíamos ninguém e chegando lá, as pessoas cantavam nossas musicas e dividiam esse sentimento conosco, eu me emociono. Pois posso dizer que nenhum de nós ficou planejando como seria a banda, apenas não queríamos ter uma rotina, desejávamos viver mais e nunca esfriar.

02. Nunca Inverno é um nome que inspira em quem entra em contato com a banda um sentimento o mesmo tempo de resistência e renovação. O que ele significa para vocês? Além disso, a banda carrega alguma convicção ou postura que todos os integrantes se identifiquem?

João: Acho que as únicas convicções que todos temos em comum é trabalhar cada vez menos. Tocar, viajar e conhecer novas pessoas e lugares cada vez mais. Além disso existe o lance do vegetarianismo/veganismo que é uma opção de dieta que todos da banda seguem, acreditam e/ou movem paralalemente à banda. O tema não é abordado diretamente nas letras, mas dentro do contexto das coisas que falamos se encaixa perfeitamente.

Nunca esfriar. Por mais que seja difícil, que o tempo seja curto, que o dinheiro seja pouco. Nunca Inverno é nunca deixar as coisas esfriarem.


03. Letras como A mais valia da matéria e Vetor mostram que as músicas da banda contam com uma forte crítica aos atuais valores vigentes na sociedade, quais são a influência e inspirações na hora da composição das letras?

João: A partir do momento que você se dispõe a participar de um esquema como o hardcore, que é gerido de uma forma paralela à esse sistema, à essa sociedade, todos os valores que também estão incluídos nesses já estão sob contestação. Acho que é por aí que as coisas devem ser. Se a gente quisesse fazer parte desse sistema através da banda, o caminho seria outro, desde o início. Esse é um grande desafio, ficar livre. É a principal característica do capitalismo, abraçar as coisas que despertam interesses nas pessoas, descubrir novos nichos de mercado pra gerar lucro. (Tem marca de roupa trabalhando coleções segmentadas pro underground e patrocinando bandas). Mas não é só isso, tem todo o lance da comodidade que o consumo trás e isso também já envolve muitas outras coisas: o cansaço e a dependência que o trabalho causa e que tem por consequência outras coisas e por aí vai. Mas enfim, essa já é outra discussão.

Denti: Eu não tenho relação direta com as letras. Apenas dou sugestões de tema, uma coisa ou outra através de conversas. Dentro das idéias da banda me envolvo mais com a parte de design, arte. O que me inspira nem são bandas que fizeram coisas parecidas com o NI. Na verdade são as coisas que eu odeio e as coisas que eu amo. É a submissão de um empregado ao chefe, de um relógio que controla, de uma escola que não desenvolve senso crítico, de uma igreja que doa o medo e vende a esperança, entre tantas outras que desgosto. E por outro lado, o desejo de continuar conhecendo pessoas, lugares, de andar de skate, de curtir muitas bandas, de trocar esse tipo de idéia, de fortalecer minhas amizades, etc. Acho que todas essas coisas me motivam a não desistir do que acredito

04. Continuando a fala sobre as letras da banda, uma que me deixou realmente emocionado foi 10 ou 12 fazia tempo que eu não ouvia algo que me motivasse tanto. Como vocês vêem o hardcore hoje na América do sul? Vocês acham que alguns valores como o espírito de contestação e do Faça você mesmo estão se perdendo na cena/comunidade hardcore/punk?

João: As primeiras letras falavam sobre esse período de transição da adolescência pro mercado de trabalho. Hoje elas falam sobre a vivência e as coisas que isso nos tráz. A rigidez que está presente na rotina e que nem sempre é deixada de lado nos momentos em que estamos fazendo o que acreditamos, o sentimento de propriedade que o trabalho e o dinheiro trazem, a forma como as vezes usamos aqueles com quem vivemos, seja num relacionamento amoroso, numa amizade, usando seus corpos pra nos alimentar (aí o vegetarianismo). Mas veja, ninguém tá aqui pra dizer o que é certo, errado ou o que seguir. As músicas são formas práticas de expressão do que a gente vive, do que nos tráz angústia, mas também são tentativas de deixar isso de lado, pelo menos um pouco.

10 ou 12 é o que a gente faz. Viajar bastante, gastar todo o dinheiro que temos, perder empregos (só o Dudu já perdeu 2 esse ano e ainda estamos em maio!), mas continuar vivendo o hardcore como a gente acha que deve ser, livre de qualquer influência externa. Não tem nenhum glamour nisso aí, pelo contrário.

Eu não gosto desse papo de ficar dizendo que "antes era desse jeito, hoje é uma merda". Primeiro porque nenhum de nós tá há tanto tempo no esquema e segundo porque essa postura de cara velho que sabe tudo é algo chato pra caralho. Porém, acho que o hardcore na américa do sul está perdendo esses valores sim. Mas acho que isso é uma consequência da sociedade que vivemos, onde as coisas acontecem cada vez mais rápido e começam e terminam com um intervalo cada vez menor. Dá pra financiar os instrumentos em milhares de vezes (o sistema de aprovação de crédito tá aí pra isso), dá pra gravar em casa e depois tem a internet pra jogar tudo lá e mostrar pra quem quiser ver. Isso devia ser algo bom, que facilitasse o acesso as coisas, mas muitas vezes a consequência dentro do hardcore é muita roupa e visual e pouca idéia. Só a repetição em massa das mesmas coisas, sempre. Um monte de bandas iguais apoiadas no merchandising e etc. Cara, na real tem muita coisa pra falar sobre isso, mas é muito fácil do papo ficar chato e até soar pretensio. O que a gente procura é fazer as coisas de forma simples, direta, sincera e o mais independente possível.

05. Vocês têm viajado muito tocando em lugares e até países com culturas bem diferentes. Como é tocar e levar sua música e mensagem para públicos tão distintos? Dá pra notar alguma diferença, ou nos shows as pessoas tem basicamente os mesmos valores e comportamentos? Como é a receptividade do público nesses diferentes lugares? E quais shows da banda vocês consideram memoráveis?


João: No geral é bem diferente, mas quase sempre tem um ponto bastante em comum. No Uruguai, as pessoas não tinham visual nenhum e assistiam o show paradas em frente ao palco. Mas deu pra sentir a recepção através das expressões, dos comentários durante as músicas, pela quantidade de pessoas que nos procurou pra conversar depois do show, pela quantidade de material que repassamos, que foi maior do que em qualquer show. Na argentina tinha uma galera louca no circle pit. Em São Paulo os shows sempre são insanos e lá virou a nossa casa. No Rio de Janeiro fizemos ótimos amigos e Volta Redonda foi algo inexplicável. Recentemente passamos por Minas. BH foi um esquema muito pequeno na casa de um amigo onde conhecemos muita gente louca, fizemos um show fudido (com direito a confete e spray de espuma) e fizemos vários bons amigos. Em Uberlândia se criou uma grande expectativa, o pico, o som, a organização do coletivo, tudo impecável. Apesar de não ter colado tanta gente, a mulecada não parou 1 minuto. O que eu to dizendo é que aparentemente cada lugar tem sua particularidade, mas todos tem o objetivo principal em comum, que é o mesmo da banda. Movimentar as coisas de uma forma simples, clara, direta e independente e fazer algo além do que somente som. Proporcionar uma troca entre as pessoas que estão ali envolvidas. Seja intelectual, ideológica, de informação, ou discos, zines e tudo mais.

Denti: Acho que cada lugar desses tem influencia sobre as nossas vidas. Muitas vezes voltando dos shows, costumamos conversar sobre o que achamos do role, e tudo mais. A conclusão é que sempre aprendemos algo novo. Principalmente sobre relações interpessoais. É uma coisa que nunca falamos a vocês. Posso dizer que NI não é o tipo de banda que “sabe de tudo e quer influenciar pessoas”. Acredito que se continuamos a tocar gastando tempo e dinheiro é porque gostamos desse aprendizado que tivemos com cada um de vocês que foram a um show, conversaram conosco e manteram algum contato. Com certeza fazem parte das nossas vidas.


06. A banda tem previsão para algum novo lançamento? Além do Nunca Inverno vocês estão envolvidos com outros projetos paralelos de bandas, zines, coletivos ou algo parecido?

João: Hoje a banda tá bem dividida geograficamente. O Luís e o Denti moram em Blumenau. O Dudu tá passando um tempo em São Paulo de novo (ele é de lá é morou uns meses no sul) Eu moro a uns 4 anos em Curitiba e o Xao veio pra cá agora também. Todo mundo tem trampo, faculdade ou algum projeto paralelo. Eu participo da organização da edição de Curitiba da Verdurada e de alguns shows em Curitiba junto com mais um monte de gente aqui, o Xao o Luís e Denti sempre organizaram os esquemas em Blumenau. O Dudu foi da organização da Jornada Vegetariana em SP quando morava lá direto e foi ele quem fez os primeiros shows da Nunca Inverno por lá, antes mesmo de entrar pra banda. O Luís também tá editando um zine virtual, um projeto bem recente:
http://www.nevergobackzine.blogspot.com/

Esse ano já soltamos um pequeno EP com 2 sons novos mais uma regravação de uma banda que gostamos muito. O próximo plano é soltar ainda esse ano um Split com uma banda da Argentina chamada ETERNA INOCENCIA (Vale muito à pena conferir: http://www.myspace.com/eternainocencia ) Estamos trabalhando agora nas novas composições pra esse material. Esse split é algo que está nos deixando bastante ansiosos. O eterna é uma banda que todos nós admiramos e gostamos muito. O Luís conheceu os caras quando esteve com uma outra banda na Argentina, o elo se fortaleceu quando nós estivemos por lá e tocamos com uma outra banda dos caras, também muito boa ( http://www.myspace.com/losingobernables ). Surgiu a idéia do Split que agora tá se concretizando. O disco vai sair na Argentina pelo selo dos caras e aqui também, por um formato e selos que ainda não está definido. Interessados entrem em contato! hehehhee

07. O novo EP da banda segundo vocês me contaram foi todo produzido por vocês, desde a arte, projeto e lógico as músicas. É legal ver bandas que ainda valorizam a independência e o espírito DIY. Como foi participar de todas essas etapas da produção do EP? Admirar a obra pronta depois de todo o trabalho tem um gosto especial?

Foi um trabalho duro, mas saiu do jeito que a gente esperava. O Xao produziu toda a parte sonora e a gente gravou no estúdio que ele trabalhava em Blumenau. Guitarra e equipos emprestados, tamo devendo a conta da gravação pro dono do estúdio até hoje (que também é nosso amigo, sempre nos deu uma puta força). Mixagem e masterização também, foi toda por nossa conta, com o Xao sempre a frente do bagulho todo.

A produção física do negócio também foi bastante trabalhosa. O Denti fez todo o desenho manualmente. Depois a gente digitalizou e eu usei algum conhecimento profissional que tenho com produção gráfica e um pouco conhecimento amador que tenho com serigrafia pra imprimir o material. É tudo impresso manualmente, com tina vinílica serigráfica, são 2 cores sobre um papel colorido. O resultado é que cada cópia é unica, cada uma leva junto um trabalho único feito por nós mesmos. Dá pra sentir as texturas da tinta no papel, dá pra dobrar o encarte de várias maneiras. Enfim, ficamos muito satisfeitos. Vai ser um material limitado. A primeira tiragem de 50 cópias já acabou. Agora vamos fazer uma segunda tiragem e depois dessa só o Split. Quem comprar, comprou! hehehhe

Além disso contiuamos distribuindo as últimas cópias do primeiro disco full, através do selo do luís, de uma pequena distro que tenho com a minha namorada e através de várias outras distros de amigos espalhadas pelo país.

Xao: Realmente, foi um trampo do caralho. Mas é muito gostoso ver o bagulho pronto e saber que a gente conseguiu parir ele pelas nossas próprias mãos. Acho isso muito importante. D

Denti: É algo muito diferente. Foi uma forma de nos aproximarmos das pessoas que não nos vêem a todo o momento. É um CD que carrega um pouco de cada um de nós e levará aquela idéia de “foi feito pelas mãos deles... um a um”, diferente de quando é produzido por máquinas em série.



08. Indiquem algumas bandas que ainda estão na ativa que vocês consideram boas.

João indica: As bandas argentinas que citamos aqui: Los Ingobernables (
http://www.myspace.com/) e Eterna Inocência (http://www.myspace.com/eternainocencia )

Também a banda que nos acompanhou nos shows pela argentina, nos deu comida e estadia por lá. O Cris, Lolo, Rene e Charlie que também fazem um trabalho fantástico no Centro Cultural Metamorphosis lá: Hermanos de La mente Furiosa (
www.myspace.com/hermanosdelamentefuriosa )

Duas bandas do Uruguai com as quais também tocamos e que são fudidas: Setiembreonce (
http://www.myspace.com/setiembreonce) e Asunto Pendiente, que eu não achei no myspace mas dá pra sacar no link do selo do Fábian lá do uruguai ( http://www.myspace.com/crecerrecords )

Condíctio de SP -
myspace.com/condictio

Essas são algumas das bandas que a gente tocou/toca, que eu gosto muito.

Fora isso tem umas outras. O Lifetime que eu gosto muito e voltou recentemente com um disco sensascional, uma banda nessa linha que também gosto muito Shook Ones, o The Draft, tenho ouvido uns lances instrumentais que também são muito legais: From Monument to Masses, Toe. (do japão) e até o próprio Eu Serei a Hiena, que lançou um novo disco excelente. Cara, tem muito som.


Xao indica: Além dessas todas que o joão falou, tem a Vivenciar (
http://www.myspace.com/vivenciar), que é do povo lá do rio, são nossos amigos e volta e meia fazemos uns rolês juntos. Alguns deles fazem parte da Oxenti Records, que ajudou pra caralho no lançamento do nosso disco.
Tem o pessoal do A Sangue Frio (
http://www.myspace.com/asanguefrio), Dead Funny Days (http://www.myspace.com/deadfunnydays), Gigante Animal (http://www.myspace.com/giganteanimal), Velho de Câncer (http://www.myspace.com/velhodecancer).

Eu particularmente tenho ouvido pra caralho também umas bandas que já acabaram, outras que ainda não. Sei lá se é válido, mas enfim: The Observers (
http://www.myspace.com/swallowaleadpilldown), Farside (http://www.myspace.com/moralstraightjacket) eternamente, Agent Orange (http://www.myspace.com/agentorange), Embrace, Catharsis, Get Up Kids, Saves the Day, Boom Boom Kid.

Dudu indica: Gosto de todas as bandas citadas acima, mas, ultimamente eu ando escutando coisas como Cat power, Björk, Portishead, Beastie Boys, Fu Manchu e Satanic Surfers.

Denti indica: Bem, há várias que eu gosto que foram citadas acima, porém vou indicar algumas que to escutando ultimamente. Tenho ouvido muita coisa relacionada a trilhas sonoras de skate, pois até estou montando uma banda na linha, haha!. Assim vai de funk, folk, punk 80, surf music, rock.

Algumas bandas:

Sly & the family Stone, Jimi Hendrix, Marginal Man, Firehose, Minutemen, Black Flag, Dead kennedys, Angry Samoans, Descendents, Fugazi (sempre!).

Algumas bandas de skate punk da argentina também como: Venice, Amoeba, Different People.

Por ai vai!

3 comentários:

  1. Parabéns pela entrevista Caio!

    Não tive oportunidade de ver o show dos caras aqui em BH, mas no show do Have Heart em sampa tive oportunidade de conhecer. Achei muito bom o som e pelo pouco que entendi das letras, achei genial.

    Muito foda também ver os caras tocando junto com bandas de estilos diferentes dentro do punk/hardcore, pois acho que é isso que está faltando no Hardcore daqui. O que mais vi no show deles foi os "true oldschool" (haha) torcendo o nariz devido ao som ser melódico, mas acho que os caras são muito mais expressivos que muita banda 2step por aí (não estou falando de nenhuma banda em específico).

    E pela entrevista os caras parecem muito simples e empenhados. Mesmo com uma "cena" tão fria e perada, os caras estão correndo atrás.

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  2. perada = parada

    hehe

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  3. Concordo plenamente.

    os caras conseguiram mesclar influencias boas em um som que pelo menos eu gostei demais.
    Muito carregadod e sentimentos e bem significativo
    eu gostei, e truezão virando a cara sempre tem pra qualquer banda, seja qual for o motivo.

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